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Não que eu realmente estivesse contando, mas ao verificar meu número de postagens eu tive a surpresa de ver o número 99, sendo essa portanto, minha centésima divagação sobre a vida e o meu cotidiano.

Parece muito? talvez fosse bem mais, dados os meses de abandono o qual esse blog encontrava-se num período não muito distante.

Hoje tá um friozinho característico dessa cidade doida.. vento, uma chuva fina (muito fina mesmo!) como se alguém estivesse borrifando um spray de água gelada no rosto de quem passa na rua, contemplando o horizonte nublado e carregado de construções, pixações, ônibus e pessoas apressadas...

Vantagens... posso andar empacotada. Acho legal vestir roupas de manga longa e calçar botas de cano alto (coisa bem sem sentido em cidades com clima acima de 30º).

Vou me acostumar? É, acho que já estou me acostumando. Já me sinto à vontade na minha nova "casa". A parte social ainda anda bem precária, mas isso se resolve com o tempo, assim espero. Ou então me tornarei mais uma na multidão de cabeça baixa e fones de ouvido a distrair minha mente inquieta.

Os fones de ouvido? Meu mp3 fez o favor de praticamente se desintegrar, estando totalmente inútil para fins de companhia nas andanças de ônibus. Ainda resta o cadáver cor-se-rosa faltando um pedaço, jazendo no meio armário.

Desejo tudo que eu sempre tive vontade de ter e usar e nunca me estiveram tão perto, não fosse o mísero poder aquisitivo que me encontro, cursos muito bons que me fariam tão realizada (detalhe: custam 1 mês e meio de salário), roupas que eu queria poder comprar, enfim... aqui é um universo de tudo, mas é claro, movido a dinheiro.

Hoje começa meu segundo fim-de-semana em Sao Paulo. Um saco, diga-se de passagem. Sem amigos, sem dinheiro, só eu... eu e meu PC (ainda bem que ele existe!!!)

Sem mais no momento.

See you Space Cowboy...

Tudo igual, tudo diferente...

Hoje foi um dia a mais na minha vida.

Andei por vários lugares nessa cidade que eu não conheço. Entrei em banco, peguei ônibus, observei muita gente a minha volta. Todos pareciam sozinhos como eu.

Adaptação é uma caracteristica bem forte em mim, por outro lado, sinto muita falta de ter alguém com quem conversar. Com quem dividir meu cotidiano, minhas tarefas, minhas alegrias, minhas angústias.

Por vezes eu vejo algo que me faz rir, por aí pelas ruas de São Paulo. Tenho vontade de olhar para os lados e comentar com alguém: "Olha que engraçado!". Todos estão lá, olhando para o nada através da janela, falando ao celular, cochilando, ou envoltos em seus pensamentos particulares suprindo a necessidade de companhia com fones de ouvido enterrados em suas cabeças.

As vezes eu paro e fico olhando para alguém por algum tempo imaginando o que a pessoa faz, onde trabalha, como vive, se é feliz... será que nesse mundo de gente alguém pára pra me analisar?

Faz só uma semana e já sinto como se estivesse sozinha por 1 ano.
E vejo que estou sozinha pelas minhas escolhas.
Escolhas são coisas muito, muito perigosas.

Aqui, no meu canto particular, caro e pequeno, eu tenho a tarefa de me auto-disciplinar e me preparar para o resultado das minhas escolhas. Mais uma gota dágua...essa sou eu.

Não sou mais criança, há um bom tempo. Estou tentando agir, mais um defeito aparente: "tentando". Não tenho que tentar, tenho que fazer. Não tem mais desculpa, não tem mais tempo.

Minha cabeça dói hoje.
É a velha companheira de guerra, que se chama enxaqueca. Minha amiga de infância que me faz andar com analgésico na bolsa.

Mais reflexões sem sentido nos próximos capítulos dessa novela que não tem hora certa para começar nem terminar..

See you Space Cowboy...

Onde? Quando? por que?

Oi..
Vou tentar fazer uma breve introdução me situando no tempo/espaço.

primeiros dias de 2009, estou em Fortaleza, Ceará. É de passagem. Estou na verdade a caminho de São Paulo, de onde eu saí, devo frisar: bastante triste e derrotada, há menos de 1 mês.

Nesse curto período, resolvi sem mais nem menos que iria morar naquela enorme cidade onde não tenho parentes, nem amigos, nem com quem contar. Loucura? Talvez, mas mais uma vez eu vou seguindo os meus instintos anti-inércia.

Pergunta: Por que triste e derrotada?

Resposta: Passei meses trabalhando e estudando, juntei dinheiro, tive noites mal-dormidas, gastei dinheiro que não era meu, criei expectativas sobre ser uma residente em 2009, fiquei esperançosa, fiz as provas, tomei bomba, chorei, me senti um lixo, fiquei feliz por meu amigo que passou e me acompanhou na viagem, fiquei sem saber o que fazer, levantei e bati a poeira, novos planos...

Mais perguntas...

Pra onde eu tô indo? Fazer o que?

Ok, tudo bem, tomar decisões que invariavelmente tornarão minha vida mais difícil virou lugar-comum no meu cotidiano. Mas cada vez mais emocionantes as coisas se tornam. Que sera sera

Quero fazer as pazes com vc, meu semi-abandonado blog... esses dias andei lendo posts antigos e descobri o quanto as coisas em mim mudaram. Foi quase assustador por um instante...pareciam as lembranças de outra pessoa.

Nessa minha nova empreitada cheia de incertezas, a única coisa na qual eu posso estar certa é de que dessa vez esterei totalmente sozinha. Eu sei que eu dou conta, sem pânico. Mas vai ser duro. Conversar comigo mesma será uma necessidade constante..

Próxima parada, Mossoró, RN (não perguntem o porquê desse estranho roteiro de viagem, não foi determinado por mim, estou apenas pegando uma carona)

See you Space Cowboy...